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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Um Grito De Amor Desde O Centro Do Mundo – De Kyoichi Katayama




«Talvez na vida nos aconteça o mesmo, pensei uns anos mais tarde. Uma vida solitária torna-se longa e aborrecida, mas, quando a partilhas com a pessoa amada, em menos de três tempos chega à bifurcação onde tens de dizer adeus.»

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

"A biblioteca das sombras" de Mikkel Birkegaard


O tema central do livro são os livros.
Livros… que através de leitores ou receptores, Lectores, induzem quem os ouve ou a quem está a ler no sentido pretendido por estes. Difícil de compreender?

“- Precisamente – respondeu Iverson. – Nós, os que praticamos esta arte, somos chamados Lectores, e quando lemos um texto em voz alta carregamo-lo com a ênfase que quisermos, influenciando deste modo a experiência e a atitude do ouvinte em relação ao que esta a ser lido.”
A premissa do livro é simples e depois de aceitar esta ideia base, tudo se torna fácil. Depois entramos num mundo de super-heróis e num jogo de poderes em torno de algumas personagens e objectivos. Em suma, numa luta do bem contra o mal.

Gostei do livro e isso deveu-se em muito à ideia de alguém, em qualquer lado poder influenciar os nossos pensamentos, atitudes, desejos. Quantos de nós lemos no comboio? No café? Na rua? A leitura é uma constante do nosso dia-a-dia e a possibilidade de alguém poder influenciar, acentuando ou diluindo aquilo que lemos é fantástico.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fim de romance da Patagónia

Dois amigos, Menpo e Fernando, e um Ford Fiesta numa viagem pela Patagónia.
Poderá uma só frase descrever um livro? Poderá uma só frase abarcar as 243 páginas desta obra?
No entanto, uma só frase que deixa tudo em aberto. Uma só frase poderá aliciar leitores?
É um livro de viagens com várias histórias, com referências de lugares, de conversas com nativos, de reflexões. É um romance que se vai acabando com os quilómetros percorridos. Depois há uma palavra que eleva a curiosidade a um nível de ansiedade, Patagónia. É uma palavra que, no meu universo, tem um sentido de fantástico e inimaginável. Essa foi uma das razões pela qual o livro “saltou” da estante para as minhas mãos. Tentar descobrir e conhecer um pouco mais de uma região do tamanho da Europa e com apenas um décimo dos seus habitantes. Uma região tão grande e da qual nada conhecemos.
“E pouco a poço vão submergindo na Patagónia, como sempre fizeram os loucos, os aventureiros e os desesperados.”

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Guerra" de Sebastian Junger

Acredito que o título do livro não consiga atrair um público diversificado. No entanto encontrará um público específico que não deixará de reparar nele numa qualquer estante na livraria, escondido entre outros títulos pomposos e o trate com a deferência e avidez de o ler.
O livro fala de guerra? Sem dúvida alguma. Armas. Feridos. Mortos. Máquinas. Estratégias. Geografia. Contudo, o tema central do livro é o homem.
Falamos de homens que travam a guerra no terreno, no contacto directo com um adversário e que ouvem o som da morte inúmeras vezes ao dia. “A munição passará com um barulho característico; é o som de um pequeno objecto a passar a barreira do som perto da cabeça.” O homem que demasiadas vezes vê um amigo estendido no terreno, ora coberto de sangue, ora com as tripas de fora. Homens que carregam amigos cuja vida se esvai a cada passo ou cujos amigos já não respondem a qualquer estímulo. A guerra é isto, porém existe um lado menos visível que o autor tenta nos mostrar.
O livro coloca-nos diante de situações reais, enquadra-nos perante uma realidade que parece tão distante e que no entanto é vital para as vidas de milhares que não combatem.
“Dormimos tranquilamente nas nossas camas porque existem homens duros durante a noite sempre prontos a responder violentamente a quem nos quer fazer mal.” – Winston Churchill (ou George Orwell)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"O assédio" de Arturo Pérez-Reverte


Assim que se vê este livro, a tendência é para fugir, assim que se sente o peso das suas seiscentas e muitas páginas. Lendo a sinopse, o convite à leitura surge de imediato, todavia… é muito papel para ler.
Esta barreira foi facilmente transposta devido aos outros livros deste autor (que abordam muita vezes determinados períodos da história espanhola ou então, acontecendo na actualidade, nos remetem irremediavelmente para outros tempos de aventura e descobertas) que foram sempre sinónimo de qualidade, aprendizagem e muita diversão.
O livro tem bastantes personagens, bastantes histórias paralelas e muitas delas acabam por se cruzar numa Cádis do século XIX cercada pelo exército francês. E apesar do cerco à cidade, apesar das balas de canhão que caem bastantes vezes, a vida adaptou-se.
“Tudo está na ordem natural e mesmo a desordem é tão comum como o seu oposto.”
O comércio continua a ter produtos para venda, as tascas estão cheias de marinheiros e soldados. Assim como as vielas mais escuras. Os barcos chegam e partem constantemente. Bailes, festas, bombas, crimes acontecem. E nesta profusão de vida e de gentes, alguns ganham destaque. O comissário Tizón, o taxidermista Gregorio Fumagal, a comerciante Lolita Palma ou então o corsário Pepe Lobo. Todos eles têm um passado desconhecido e um futuro que vamos imaginando a cada página.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

"O último livro" de Zoran Zivkovic

Apenas uma manhã chegou para ler “O último livro.” Nenhuma distracção conseguiu desviar o desejo de continuar a ler. Apenas as vidas do inspector Dejan Lukic e de Vera Gavrilovic, proprietária da livraria, eram importantes.
É uma leitura fácil, fluída. Muitos diálogos. Poucas descrições. Acção e um certo humor negro. É um policial que se destaca por não ter sangue, apesar de algumas mortes.
A história desenvolve-se em poucos cenários. Uma livraria, a Papyrus. Um hospital, mais concretamente o serviço de medicina legal. Uma esquadra. E um salão de chá.
Três mortes acontecem num lugar inimaginável. Na livraria Papyrus. Temos os mortos, as duas proprietárias da livraria, os clientes e a polícia. E um rasto de nada. Nem sangue. Nem arma. Nem sequer um fio de cabelo do assassino.
Nesse rasto, de nada, aprofundamos a vida de algumas personagens e da livraria. E vamos desvendando um segredo. A cada morte, o nada se revela maior. Conduzindo-nos a um fim inesperado.

“ – Mas ele morreu? – e hesitei alguns segundos. – Não é verdade?
- De facto, sim. Ele está bem morto. Se não estava quando o trouxemos, duvido muito que tivesse sobrevivido à autópsia.”